quarta-feira, 10 de abril de 2013

Macaquinhos_GO


Se for me chamar para alguma coisa, que seja pra pegar a estrada.
Se for para tomar banho de cachoeira então, eu até acordo cedo.
Foi o que aconteceu no último dia 07. Na véspera, combinávamos um almoço entre amigos, quando o Clóvis disse que não poderia ir porque iria à Cachoeira do Macacão.
Oi? Cachoeira? Nem pestanejei e acabei me convidando. Ele ia com mais dois amigos que têm um Jeep igual ao meu e ofereci que fôssemos no meu carro, já que eu estava me intrometendo no passeio alheio.
De Brasília em direção à Alto Paraíso de Goiás, a placa para entrar na estrada que leva às Cachoeiras do Macaquinho e do Macacão chega 15 Km antes.
Na entrada, nosso impasse era Macacão de novo ou Macaquinho pela primeira vez? 
Eu que adoro uma novidade, embora tenha a Cachoeira do Macacão como minha predileta da região, votei no Macaquinho. Sendo a única mulher da expedição. Venci. Macaquinhos. 
O caminho é bem mais tranquilo do que a do Macacão. Tanto a estrada, quanto a chegada, quanto a trilha já estando na propriedade.
Tem recepção, logo, alguém para receber os R$10,00 de cada um pela entrada. Valor esse muito bem pago dada a beleza a conservação do lugar.
São diversas quedas, uma mais linda que a outra, dentre elas o banho dos pelados onde haviam, de fato, os pelados.
Fomos recebidos por borboletas, peixinhos, calangos e tudo de lindo e natural que o cerrado tem pra oferecer. Na última queda o arco-íris ainda nos esperava para dar as boas vindas.
Pra chegar até lá é bom que se tenha um carro 4x4, mas não chega a ser uma obrigatoriedade. Basta que você não tenha dó do seu.
Lá, vi que tem infra-estrutura para camping, restaurante e banho. Assim, voltei sonhando em voltar ali com lua cheia, boa cia e uma garrafa de vinho pra namorar. O local é incrível.
Nas cachoeiras, tome um pouco de banho em todas. É gratificante e é igualmente difícil sair de cada uma delas para ir para a outra. Mas, de cada ângulo, é uma vista mais estonteante que a outra.
E eu me perguntando como eu poderia não ter estado ali antes. Vai saber. Mais um encanto da região da Chapada dos Veadeiros que eu tenho orgulho de conhecer. Como a vantagem de que dá pra ir lá só se refrescar e voltar para casa, como fizemos. Nem precisamos madrugar.
Saímos do posto Flamingo que era o local combinado às 08:00 da manhã e às 18:00 da tarde já estávamos de volta prontos pro açaí com a alegria que só quem foge do cotidiano para tomar banho de cachoeira uma vez, ao menos, por mês entende.








Tá esperando o quê?

De 04 a 08 de maio de 2012_Expedição Brasília_Araguaiana



Passados uns dias de volta ao Brasil, retomada a rotina, eis que minha amiga liga expressando o desejo de rever a família no interior de Mato Grosso. Sim, Karol. A amiga que havia me hospedado em Milão. Não tinha carteira de motorista e por isso precisava alguém que executasse a árdua tarefa de levá-la até lá. Pois segundo ela ir de ônibus é quase desistir de ver a família para sempre. Viagem longa e sofrida.
Eu via boas razões para isso. A primeira é que desde que ao meu alcance, eu adoro fazer gentilezas. As demais eram o Rio Araguaia para eu me banhar, dirigir sozinha na estrada por quilômetros e horas a fio, ir pra roça e comer comida de roça. Todos os quesitos, a meu ver estavam preenchidos.
Parti de Brasília às 09:00 da manhã do dia 04. Cheguei em Anápolis para busca-la quase 11:00. Ela naquele sossego que lhe é peculiar, porém não natural às caronas, ainda estava fazendo as unhas. Sorte nossa termos nos abastecido bem no mercado. O caminho é longo e a estrada é deserta como na canção de chapeuzinho vermelho.
Saímos de Anápolis pouco antes de meio dia. No caminho, google maps em punho, fomos conhecendo as cidadezinhas intrigantes do interior de Goiás. Seguimos no sentido Pirenópolis (loucas para ficar por lá e tomar banho de cachoeira), Itaberaí e um monte de trecho errado que a gente foi se distraindo e buscando no caminho. Num desvio sem placa, não fosse a baixa velocidade e meu receio de ir até o fim da pista, teríamos caído numa vala que mais parecia uma Dolina.
Ao todo, foram umas seis horas de estrada até chegar à ponte Itacaiu onde o pai de Karol aguardava a gente na “motinha”. Seguiríamos o seu Haruo até a fazenda porque já era noite e não saberíamos chegar sozinhas. Essa foi a parte aventureira da viagem. Parecia que não ia chegar nunca! Muita terra, muito buraco, muito cansaço acumulado, muita fome, muito tudo! A moto não corria então eu tinha que ir devagarinho seguindo e ao mesmo tempo com farol baixo para não confundí-lo, nem atropelá-lo. Pense... Chegar à modesta casa de adobe e ter “jantinha” pronta nos esperando , seguindo de banho quente e cama, foi um alento.
Nos dias que seguiram foram, banho de rio, comida mineira e descanso. Uma vidinha assim, mais mais ou menos do que a que eu pedi a Deus. Era acordar cedo, porque no mato é gostoso, tomar banho no Araguaia até dar a hora do almoço, dormir na rede à tarde e à noite depois do jantar, dormir cedo para começar tudo de novo. Ouvindo barulho na mata, alimentando a adrenalina da possibilidade de serem onças.
Lá em Araguaiana, tive conversas mais interessantes ainda com Karol do que as que tivemos na Itália. Ali, eram as raízes dela. Foi bom conhecer o universo de quem já convivia comigo há tantos anos, porém em realidades tão distintas. Falamos sobre todos os assuntos do mundo. Todo choro que poderíamos por pra fora ficou por lá.
Se eu que já parei de comer carne há três anos sentia ”nojinho” ao ver carne vermelha frita na panela, lá vendo o boi pendurado pelo gancho sendo limpo pela mãe de Karol me fez ter certeza que eu não queria MESMO comer mais carne.
Foram dias reais. Como gosto. Chinelo. Muitas vezes pé no chão. Nada de pente. Nada de batom. Só o vestidinho de algodão enchendo de carrapicho. Comer pipoca doce feita do milho debulhado na roça adoçada com rapadura era estar no paraíso sendo abanada pelas asas de anjos. Como eu comi!
Feijão preto, arroz branco, milho cozindo, doce de casca de baru...
Karol que é agoniada, entediou e me pediu para voltarmos um dia antes. Trouxemos Dona Marina, mãe dela de carona até Paraúna para visitar a mãe e ainda bem. No caminho esburacado das estradas abandonadas desse nosso Brazilsão, uma de minhas rodas amassou, furou meu pneu e elas tiveram de ir em busca de ajuda enquanto eu esperava fora do carro numa estrada sem acostamento.
Não vou dizer que foi confortável, mas também não senti medo. Foi no mínimo inquietante esperar numa estrada deserta comigo e meu carro a mercê da velocidade de quem vinha. Mas tudo correu bem. Paramos em mais algumas cidadezinhas para ver mirantes e eu a devolvi e Goiânia bem na hora do rush. Foi difícil sair de cidade grande. Nós que estávamos a base de passarinho e água de rio, de repente no caos que é o trânsito de Goiânia com busina e poluição sonora de todas as espécires.. Eu só ando por lá na companhia de minha irmã mais velha ou de alguém que more por ali. Nunca sozinha, pedindo informação à cada semáforo.
De Goiânia à Brasília, aquela velha estrada conhecida minha, tudo correu bem. 1609KM depois, eu estava de volta à minha casa, comparando a discrepância deliciosa de chegar da Europa e visitar o inteior do Brasil. Grata à Karol pelo convite. Grata à minha coragem. Grata à Deus que sempre cuida de mim.








De 13 a 26 de abril de 2012_Milão e Londres


Desde os tempos universitários, alimentava uma enorme vontade de fazer minha especialização na Europa, o berço da Arquitetura Mundial. Várias cidades me apeteciam. Alemanha, Holanda, Irlanda, Paris...Mas foi Milão que alimentou minha fome a tal ponto, que investi três anos de BNC* em um curso de italiano para quem sabe, morar uns tempos na Itália.
Não estava indo de mala e cuia, como gostaria, mas estava indo visitar uma amiga que ao contrário de mim que investi no trabalho, investiu nos estudos e conseguiu. Eu concluí o curso de italiano, ela não. Ela conseguiu a bolsa, eu nem comecei o processo de seleção. Moral da história, ela aprendeu o italiano nativo e eu tinha um diploma, pouso e uma guia turística local. Nada mal!
Foi com o incentivo de uma cliente que admirava meu prazer de viajar e minha liberdade, que troquei a administração da obra dela por minha passagem.
Passagem comprada, mala feita e o Salão do Móvel de Milão como desculpa primordial para ir. Adoro aliar viagem de lazer com enriquecimento de minha profissão e de quebra visitar minha amiga que eu não via há tempos e ajudá-la com a bagagem em seu retorno ao Brasil.
Fui de TAP, porque sou TAM e adoro praticidade. Se posso acumular mais pontos, não vejo porque outra razão.
Numa sexta-feira 13, parti de Brasília com escala em Lisboa. Lá com tanto tempo disponível para aguardar meu segundo vôo, namorava Portugal pelos mapas, revistas e janelas e já sabia, voltarei aqui pra conhecer!
Já em Milão, onde cheguei pelo aeroporto de Malpensa, era minha chance de testar se os anos de Língua Italiana haviam sido proveitosos. Cheguei bonitinha na praça combinada só pedindo informações e lendo os mapas.
Sentada nas mesas externas de um café aguardando Karol, eu que quase nunca sinto frio, estava muito bem agasalhada. Botas, casaco e cachecol. A mais contente das criaturas. Sorria para o mundo.
Entre minha chegada e partida foram seriam 13 dias. A Feira que era o motivo principal da viagem acontece durante apenas uma semana o que nos rendia alguns de folga, antes.
A sugestão de Karol foi prontamente por mim acatada. Vamos conhecer Londres! Passearíamos primeiro. Trabalharíamos depois. Pela vida que levo. Estava tudo de acordo.
Londres sempre esteve entre os meus "destinos-desejo" e a oportunidade de aproveitar minha primeira estada na Europa para conhecê-la foi como comprar uma calça jeans nova e ela já vir com aquele dinheiro no bolso que a gente esquece de tirar na hora de lavar. Ou seja, o plus da vida. Mesmo sabendo que você pagou por ele.
O frio que eu sentia em Milão duplicou ao chegar em Londres. Alegria em dobro também.
O vôo foi numa aeronava pequena, coisa que eu adoro e passou rápido. Do aeroporto para a cidade, fomos de trem. Eu minha veia urbanista grito logo, as periferias de lá, são nossos bairros de luxo.
Na descida do trem, resolvemos comer antes de qualquer coisa, para que pudéssemos raciocinar. Coisa boa é viajar com amiga boa de garfo como eu. Não tem melindre. Cada um pede o seu e ninguém confisca. Mas foi nesse exato momento que eu descobri que teria dificuldade de ser feliz do ponto de vista gastronômico em Londres. Todos os pratos vinham com bacon de brinde. Verdura e salada, de repente viraram artigos raros e, portanto de luxo. Mas, eis que redescobri a omelete. Mais adiante, mais andarilha eu descobriria outros prazeres.
Em frente à lanchonete onde almoçamos. Uma catedral que considero uma de minhas melhores imagens de Londres. A Southwark Catedral.
Foi então que depois de dois ônibus e muita caminhada, encontramos nosso Albergue. Logo descobrimos que o mais inteligente seria comprar o Oyster Card, porque serve tanto para ônibus e metrô e porque a passagem lá custa muito caro. Depois que descobrimos que a estação para o Albergue era Bethnhall Green a vida foi só alegria.
Em nosso primeiro tour para reconhecer o local chegamos a uma rua bastante movimentada. Com gente esquisita, do jeito que a gente gosta, notamos que era um acontecimento. Ao ler a placa da rua entendi tudo. Era a famosa Brick Lane, em Tower Hamlets.
Nossa região foi adotada por imigrantes de Bangladesh, India e Paquistão no último século e a permanência deles por ali fez surgir restaurantes para alimentar os trabalhadores que prosperavam. Eu adorei o lugar, porque nem eu sabia, mas a comida vietnamita é um achado para quem não come carne. Uma espécie de massa de panqueca com muita pimenta, e várias pastas de cereais, folhas e hortaliças. e muito, muito bem servido.
Ao longo da avenida, muitos mercados de pulgas, brechós, lojinhas descoladas de móveis e decoração e claro, muito cigarro e fumantes.Me senti A descolada, comendo com no pratinho descartável, a céu aberto e dividindo mesa como numa grande piquenique. De longe, o local que eu mais gostei de futricar. Mais até do que o Soho. De modo geral, com aquele meu jeitinho “vamos só mais um poquinho", diariamente atravessávamos Londres a pé para conhecer tudo e utilizavamos nosso tickets apenas para voltar pra casa, já exaustas. Foi assim quando vimos que apenas umas horas de caminhada do albergue nos permitia avistar a London Energy Eye. Como Karol tem medo de altura e a fila era longa e nosso dinheiro curto. Não subimos. Snif! Com isso, nosso primeiro dia já foi tão exaustivo e rico que conhecemos quase tudo. Tower Of London, St. Paul's Cathedral, Tower Bridge Exhibition, Windsor Castle, Westminster Abbey, Tate Modern e Big Ben.
A famosa Picadilly Circus, deve ter graça para quem tem dinheiro para gastar e gosta. Não era o meu caso. Karol e eu entramos num consenso que foi bastante saudável. Nada de Museu Madame Toussauds porque a gente acha cafonérrimo e nada de outros museus porque para quatro dias museus são muito longos. Minha tristeza foi quando a Abbey road e os Zoos ficaram fora da lista porque eu realmente gosto de bicho e de fotos históricas. Mas, quando você viaja com prazo curto e amizade longa as duas coisas devem ser levadas em contas para não serem perdidas. Dou super certo de viajar com Karol porque não somos estressadas. Paramos em locais como a Patisserie Valerie para saborear um cappuccino como lanchamos amendoim doce na praça. Vamos da MM Store à Sex Shops sem que ninguém fique de bico. Meu único stress era o xixi. Bebo água o tempo inteiro e lá você paga para esvaziar a bexiga. Nada de entrar num estabelecimento para usar o banheiro. Ele é só para quem está consumindo. Sai caro (também) em Londres gostar de beber água. Numa noite ainda animei de ir à “balada que ela queria mais que tudo na vida”. Chamava-se Heaven. Mas para mim poderia ser Hell. Só gente feia e underground. Como eu gosto mesmo é de dançar. O saldo foi positivo. O Dj era divino e eu dancei até perder Karol de vista. Com aquele velho hábito de sermos sempre as últimas a irem embora, descolei uma carona com o Dj e o próprio DJ, que na noite seguinte nos levou para conhecer um pub em que a proprietária parecia ser a Alice, sim a do País das maravilhas. A decoração era toda lúdica e tinha até relógio com os números ao contrário. Dos drinks "desce macio" às cervejas com gosto de keep cooler esparramada nas poltronas com ares de Salvador Dalí, eu amei tudo. Menos ter esquecido o nome do pub. No último dia foi um dilema. Queríamos muito ir à Stonehenge, mas era passeio de um dia inteiro. Karol insistiu em comprarmos o bilhete do passeio turístico que dá aula de história durante o trajeto de ônibus e nós veríamos tudo aquilo que não foi possível só com meu espírito de liderança leonina. Quase deu briga. Mas cedi à amiga. Resultado: paguei 29 pounds no bilhete, ele sumiu na saída do hotel e como tudo entre nós é democrático, Karol embarcou no ônibus e eu decidi perambular a pé por Londres e descobrir o que faltava e voltar onde me identificava. Como isso foi gostoso!!! Assim mesmo. Com três exclamações. Fiz todo o percurso dos dias anteriores a pé, novamente, comprei meu almoço e comi debaixo de uma arvore no Green park. Quando fui fotografar o Buckingham Palace, vi uma multidão se formando nos portões e me deparei com que a troca da guarda. Bingo! Em seguida, tomei uma chuva torrencial e ainda assim continuei a caminhada pelos parques vizinhos. Voltei a Hyde Park e ao Royal Park onde vi a casinha de boneca que qualquer criança queria morar. Comigo não foi diferente. Moraria ali, naquela casinha. No centro do parque. Amei Londres! Apelidei-a de Brasília com roupa de festa. Linda, linda! Tudo o que faltou inclusive Stonehenge e o souvenir, ficaram pra próxima porque certamente eu voltarei. Adoro organização. Logo, das linhas de metrô ao espaço, Londres já mora no meu coração. Nós que havíamos viajado com pouca bagagem nos encontramos no final da tarde na estação de trem para irmos ao aeroporto juntas e voar de volta à Milão. Já de volta à Milão, nossa maratona era outra. Feira e Fuori. Eu não sabia que funcionava assim. Paralelo à Feira que é a que fica fora tem o fuori que ocorre dentro. Tomando como base a cidade.
Tudo ao mesmo tempo agora. Longos pavilhões com o que havia de mais novo (ou do mesmo) em design. Louças, metais, revestimentos, tecidos mobiliário, cores, gente inteligente e gente emergente. Gostaria de ter conhecido melhor a região das montanhas. A natureza enfim, de Milão. Porém, nosso tempo se dividia durante o dia em enriquecer nosso conhecimento sobre design e conseguir visitar os pontos turísticos que eu queria e à noite nos desdobramos nas despedidas de Karol. Dos pontos turísticos a Catedral Duomo é disparado o mais bonito de todos. Não por acaso tem uma praça com o nome dela. Ignorando a Galleria Vittorio Emanuelle, ela reina absoluta. Fomos ao Castello Sforzesco, ao Cemiterio Centrale (onde para ser enterrado você precisa ser de família abastada), Museo della Scienza e della Tecnologia Leonardo da Vinci, ao Piccolo Tetro, Brera, Navigli e aos parques.
Milão me lembrou São Paulo. É descolada, tem história, eu comi e bebi bem, me diverti, fiz tudo a pé, vi o que havia de melhor em tendência nas áres de beleza,moda e design, mas a cidade em si é suja e urbana demais pra mim. A impressão que eu tinha é que todos ali fumavam. Isso me incomoda bastante. Nas noites, me apresentaram o Blanco que é um bar gostoso, da bebida à luz, porém mais tranquilo, onde se pode conversar sem gritar e onde eu podia gastar todo o meu Italiano. E a Old Fashion que foi nossa balada Italiana, mais uma vez, com direito a ir embora quando a casa fecha. Disso a gente entende! O mais gostoso em Milão era a segurança que Karol me passava. Parecia que ela responderia todas as minhas dúvidas sobre roteiros, ônibus, preços, comidas... É sempre mais confortante ter alguém local. A casa onde ela morava era um charme. Às vezes comíamos em casa, as vezes dava vontade de não fazer nada. Como ela estava namorando, em alguns momentos ia dormir na casa do namorado e eu ganhava uns momentos solitários para perambular pela região ou simplesmente ter minhas tão valorizadas horinhas de solidão. Em Milão eu tive sonhos e mais sonhos psicodélicos. Não sei se era o cansaço que deixava o nosso sono ainda mais pesado ou se era minha mente em expansão. Milão escurece muito tarde, o que nos deixa muito notívagos. Quando nos damos conta, já é de madrugada. Tudo o que o meu paladar mais ama. Boa massa e bom vinho! Boas e generosas saladas! O primo piato de verdade. A parte mais divertida da viagem foi ajudar Karol a fazer as malas pra voltar. Ela, só não compra urubu voando. O que rendeu muitas malas e miudezas para uma pessoa que só tinha franquia para 20kg de bagagem. Ela voltaria um dia antes de mim, o que nos rendeu uma madrugada inteira sem dormir tentando eliminar coisas e fazer caber tudo nas malas. Depois da exaustão, eu que viajei sabendo que minha sacola tinha apenas 14kg, (peso de sobra para a minha franquia que era de 60Kg), tive a brilhante ideia de trocarmos de bagagem. Ela veio com a minha e eu voltava com as dela. Ela me esperaria no meu apto em Brasília para destrocarmos as bagagens antes que ela voltasse pra Goiânia. Problema resolvido. Karol partiu logo cedo e eu ganhei mais um dia em Milão, outra vez solitária. Comprei maquiagem para as mulheres da família e uma camisa para o meu mais novo magro pai. Gosto mais de levar lembrancinhas que fazer compras. Pra mim, apenas uma bolsa nova, porque a minha arrebentou a alça com o peso dos catálogos do Saloni di Mobili. Voltei à Catedral e subi a torre e lá de cima pude ver mais um espaço conquistado. O avesso do avesso. O novo e o antigo. Toda a arquitetura do mundo ao mesmo tempo. Nada de pedidos ao pé do santo. Só agradecimentos. Uma energia inexplicável. E meu sorriso de orelha à orelha. Como eu fiz a graça de trazer os 60Kg de bagagem da bonita, ela fez o gracejo e deixou o dinheiro do meu táxi até a estação. Paguei de bacana e desci do táxi como se tivesse comprado toda a Galleria Vittorio Emanuelle. Ainda na hora de pesar as malas, tive que me desfazer de alguns itens para atingir o peso da mala e a cena de saias fluorescentes, poás, mini roupas brilhos e paetês ficando no guichê me divertiam ao mesmo tempo orgulhavam de minha amiga que embora uma grande consumista, não tinha apego nenhum. Já havia me autorizado. Se passar do peso, pode deixar sem dó.



















quinta-feira, 12 de abril de 2012

Véspera de Milão

Sem pressa
Sem ansiedade
Daqui muitas horas uma outra cidade
Mala pronta
Dinheiro trocado
Ipod atualizado
Livro pra ler no percurso
Biografia de Walt Disney
Um beijo em cada urso
Itália...
Mas o post aqui vai ser diferente
Sem rima, sem repente
Apenas a impressão do lugar
O melhor do dia
O que vale registrar
Fui atualizar o blog
Deletei os dois primeiros posts
Não tem problema
Eu reinauguro hoje
Estressar é que não pode
O motivo é o Salão do Móvel de Milão
Porque pra viajar mesmo não precisa de razão
É em Lisboa minha conexão
Karol que me espera há um ano
Há de me apresentar toda Milano
Meu passaporte não vê carimbo há anos
Deve estar vibrando
O dia já vai virando
Às 16:45 estou embarcando
No colorido rimando
Aqui narrando, viajando
Vai continuar acompanhando?